A crise do Modelo Educacional
A atual conjuntura da educação no país nos
permite algumas análises a cerca da necessidade de mudança nos
formatos da educação pública que nos possibilite alcançar os
avanços necessários para uma educação que dê conta, de fato, das
demandas sociais existentes .
Tem havido, por parte do governo
federal, um grande investimento em educação o que sempre foi uma
pauta da esquerda e dos movimentos sociais, sabemos que antes de
deixarem o governo os Tucanos sucatearam o modelo de educação média
no sistema público de ensino e injetaram novos recursos no setor
privado. Em paralelo á isso os movimentos sociais passaram a ter
reivindicações mais efetivas no que diz respeito ao acesso e
permanência de pessoas oriundas das classes e grupos sociais em
situação de vulnerabilidade social e com os quais o estado tem
débitos histórico.
A organização dos movimentos sociais , mais
particularmente o movimento negro, resultou na necessidade de que o
debate sobre quem, entra na universidade e pra quem é a universidade
pública se acirrou e o resultado disso foi a vitória dos movimentos
pró-cotas. Essa primeira vitória no entanto não resolve o grande
problema do qual este faz parte, que é : Para quem é a Universidade
pública?
Um acirramento deste debate e uma ação mais incisiva dos
movimentos sociais pode conduzir-nos ao entendimento de que a
universidade pública , necessariamente, deve ser para quem não pode
pagar por ela. Com essa lógica ficamos com dois outros problemas.
uma vez interiorizado o entendimento de que a universidade pública
deve estar a serviço da maior parte da população- que não pode
pagar por ensino- resta encontrar :
a) Maneiras de melhora no ensino
médio para abrir a alternativa de passar no vestibular para os
estudantes de escola pública
b)Processos Seletivos com ênfase em
origem e realidade social de cada inscrito
c) Políticas de
permanência, voltadas para a inserção no mercado de trabalho
específico da profissão, com investimento em estágios e caminhando
para uma adequação do modelo de ações afirmativas para uma
universidade voltada para atender a população. A situação na qual
nos encontramos é favorável, estamos diante de uma volumosa
quantia, há tempos esperada, que será destinada para educação e
mais do que isso diante da possibilidade de uma reflexão ativa e
transformadora sobre o atual modelo educacional no Brasil.
Construir
um novo projeto de universidade no qual possamos inserir as pautas
históricas do movimento estudantil e mais os sonhos pedagógicos de
comprometidos educadores é tudo que quem se preocupa com educação
sempre sonhou. Evidente que em face dessa possibilidade levantaram-se
duas frentes.
I- Antes que piscássemos os olhos chegaram os
tecnicistas, estes muito preocupados com as adaptações tecnológicas
, com a produção de mão-de-obra qualificada para novas tecnologias
e com a criação de novos campos de trabalho que viabilizem esta
criação de novas áreas do conhecimento voltadas para o futuro, ou
seja , para estes, a tecnologia e o mundo “globalizado.”
Contemplados com estas políticas estão as escolas com vertentes
mais técnicas , como não poderia deixar de ser. e aqueles que
acreditam que é preciso criar um novo mundo voltado para o avanço
econômico através de modelos de inserção no grande capital que
perpasse por dar conta de atender as demandas tecnológicas mundiais.
II- Do outro lado, encontram-se os Humanistas, estes tem como
principio de educação que ela esteja voltada para uma melhora do
ser humano e para seu posicionamento crítico dele diante do mundo e
de sua profissão , com uma formação voltada para as demandas da
realidade que não sejam somente relacionadas ao exercício da
própria profissão , mas também da cidadania e da construção de
uma sociedade mais justa e igualitária com capacidade de dar conta
da diversidade de fatores que existem. Defendem mais apaixonadamente
esta vertente escolas mais comprometidas com o avanço não apenas
técnico mais intelectual das áreas do conhecimento e aquelas
escolas que formam profissionais que se relacionam mais com as
espécies humanas do que com as espécies mecânicas.
O que urge
tornar-se fato é uma avaliação criteriosa dessas duas correntes e
em frente a essa possibilidade de alteração do modelo educacional
dar conta dos avanços necessários para ambas as vertentes, criar um
projeto de universidade pública voltada para a cidadania e com
capacidade de estar de acordo com os avanços técnico- científicos
.
O problema , que transcende os portões da universidade e que mesmo
assim está diretamente ligados à ela é a necessidade de uma ação
efetiva do Estado em relação as escolas públicas de ensino médio
e fundamental, precisamos , enquanto estudantes e demais militantes
relacionados a educação iniciar o nosso pensamento no sentido de
produzir não apenas um projeto de universidade , mas um projeto de
educação pra este país e quanto antes começarmos a juntar mentes
e nos debruçarmos sobre a construção desse modelo, mais consciente
e contemporâneo, de educação, mais cedo estaremos conseguindo
fazer com que as mudanças ocorram e os resultados favoráveis
surjam.
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