sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Bulling na UniBan







Geise Arruda, vítima de Bulling Universitário.



Não queimaremos nossas minissaias!

“Joga pedra na Geni Joga bosta na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni”


Quando a gente acha que já viu tudo, que a revolução feminista já está consolidada e que talvez faltasse apenas convencer algumas mulheres do seu papel na sociedade a gente vê a verdade gritar, vaiar e perseguir com um ato covarde de intolerância.
E um retrocesso de 200 anos invade as formas mais modernas de comunicação, todo mundo pode ver, acessar e até incorporar as suas páginas pessoais as cenas grotescas, primitivas, que ofendem não só a mulher de vestido vermelho no exercício da sua liberdade, mas todas as mulheres de corpos e mentes livres , que negam padrões, recusam valores ultrapassados e cumprem seu papel na transformação dessa realidade dissimuladamente respeitosa.
Pra quem se destina o respeito na nossa sociadede?  Para  as mulheres cobertas e publicamente assexuadas, para as esposas e filhas dos homens de bem? Para o que esta dentro das limitadas expectativas de comportamento formuladas pelos machos pra ser adotadas pelas fêmeas , queremos também respeito para o que está dentro de decotes e minissaias, para o que requebra desafiador, para o que não teme os olhos embaçados de hipocrisia.
A vaia da UNIBAN, não é só para da mulher de vestido vermelho, ela é pra mim, ela é de cada feminista,  lésbica, bissexual e de cada uma de nós, mulheres libertas do julgo dos padrões masculinos de respeitabilidade. Ainda existem as mulheres pra casar com suas saias nos joelhos e as mulheres pra vaiar, perseguir, ofender, botar pra fuder, agredir, diminuir e para o exercício da violência em suas multiplas formas física, psicológica, moral…
Esmorecemos um dia na luta e lá estão os apontadores e seus dedos em riste, lá está a verdade da opinião bradada do alto do castelo de sonhos de um mundo pudico, comedido, onde as mulheres, independentes de seus sutiãs queimados, de sua ascensão ao poder, de seu papel incomparável na luta de classes , ainda são alvo dos ditames anulantes do nosso machismo moderno.
Hão de vir também as conservadoras,  incrivelmente mulheres, como nós, e gritarão com suas vozes quase sempre caladas: - Puta! Que roupa é essa?
Mas diferente do que fizemos com o sutiã, não queimaremos nossa minissaia, ela continuará mostrando a parte permitida de nós, a parte de nós , que sonha, deseja, que bate perna e bate coxa, que saracoteia desafiadora pelas ruas repletas dos homens e suas vontades, não queimaremos nossas minissaias, elas cada dia mais serão mini e cada dia mais serão o máximo da prova de que queremos nossos corpos, nossas mentes  e nossas vontades livres!
Conclamo as companheiras a tirar suas saias curtas do armário sem medo, por que a paz sempre foi fruto da guerra e perder essa batalha, com a expulsão da mulher do vestido vermelho é a prova de que ainda estamos em guerra!
Sem vergonha de ser mulher !  precisamos ser cada dia mais: sem vergonhas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Autora.

A Autora.
Andrezza Almeida