sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Um outro mundo laico e o pecado nosso de cada dia!


Um outro mundo laico e o pecado nosso de cada dia!



 

Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
(Thiago de melo. )

O mundo tal como foi concebido pelos homens, só o foi por que a vontade de uns e as características morais de outros conviveram em forma de embate até o presente momento sendo uns vitoriosos e outros derrotados.
Todos nós identificamos que alguns existem em melhores condições físicas e morais que tantos outros, que a forma como uns são incorporados a realidade é absolutamente diferente da forma como outros o são.
A redundância das duas afirmações só objetiva deixar claro, que cada conjunto específico de pautas dos vários segmentos do movimento social denota um conjunto de  situações, posições, expectativas  que são oferecidas para alguns e negadas para outros, coisas como cidadania, moradia digna, direitos ao trabalho, garantia de lazer e bem-estar social, direito a terra e a um pouco mais de felicidade pra todo mundo!
Essa transformação é possível com a alimentação do sentimento aguerrido diante da opressão, da força na garganta pra bradar pelos direitos, na indignação …o paradigma da paz não pode nos silenciar.. nada esta tão bem que não possa ser mudado, nada já foi conquistado que não sejam migalhas do mundo que esperamos para as futuras gerações, a nós cabem as durezas imediatas , os planos sucessivamente mezzo-realizados e manter sempre  a nossa força para a luta cotidiana pra conquista de cada coração, de cada mente.
Procedendo assim  no mundo com visas a retomada de um sentido de humanidade que impossibilite manifestações visivelmente em desacordo com a integridade da vida humana, com a manutenção do equilíbrio do mundo, com a necessidade de convivência com as diferenças inalienáveis dos seres. Impossibilitar as manifestações mais conservadoras é criar o veto de argumentação, seremos tolerantes desde que suas afirmações estejam de acordo com as diversas reivindicações daqueles que em conjunto compões as minorias étnicas, sexuais, economicas, trabalhistas…, representados pelos diversos setores dos movimentos sociais.
Através da união das pautas que denunciam as arbitrariedades comportamentais, legais e morais, arraigadas em nossas formações vivenciadas no cotidiano e tidas como normais e regulamentadas pela constituição, sendo que, podemos afirmar seguramente que os conjuntos de pessoas que vem sendo exterminadas seja pela violência do tráfico, seja pelo ódio, sejam pela fome da Etiópia, configuram macro-modelos de preocupações, cujas soluções que vem sendo propostas são sistematicamente perseguidas por aqueles que detém  os maiores interesses, que numa sociedade com o  capitalismo altamente desenvolvido quase sempre são econômicos interesses.
Nós dos movimentos sociais precisamos cada dia que passa estarmos mais juntos, cada dia mais colados uns nos outros , os seres são integrais, logo nossa luta deve buscar também a integralidade, incorporando discursos e formando frentes de combate as opressões, caminhando em fileiras , nosso exército em pouco tempo ocupará os lugares que ainda estão por conquistar para o estabelecimento total do nosso modelo de outro mundo.
Para garantirmos sem limitações um Estado que tire o olho do céu e mire pra terra, que tire o Jesus crucificado detrás das mesas dos parlamentos e coloque a verde-amarela bandeira dessa nação, feita de diferenças e de lutas,   da mistura de jeitos , gentes e costumes.  Precisamos vencer o moralismo que acredita numa verdade que  representa alguns, mata, silencia e ignora outros
O mundo laico possível reserva pra algumas religiões o direito de ter um Deus soberanamente justo e bom, que respeita, tolera, protege e ama cada um dos seus filhos, todos irmãos! E para todas o direito ao silêncio diante da diferença, em caso de intolerância.
A laicidade permitirá aos que acreditam em Deuses rigorosos nos valores e incapazes de mudar de idéia e  de gostar de todas as pessoas, fazerem-no dentro de suas casas, de seus templos, detrás dos seus púlpitos. Mas não nos plenos públicos, não na nossa cara, não com o dedo em riste acusando-nos de pecadores e punindo-nos com suas leis e normas.
Os valores de uns não podem continuar sendo a pesada cruz de outros tantos no nosso mundo possível cordeiros e lobos pastarão juntos, mesmo que a gente não seja do mesmo rebanho.
E Eu ?

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A Autora.

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Andrezza Almeida