segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Bate Aqui! Reflexões sobre a violência.









Eu queria mudar,
eu queria mudar,
a vida me ensinou ser assim...





Muito se tem discutido sobre violência, principalmente no sentindo de encontrar um conjunto de políticas públicas e intervenções sociais que deem conta de uma contenção aos prejuízos humanos e sociais decorrentes da banalização da violência e do exercício exacerbado desse ou daquele poder, antes de tudo pelas conjecturas legais e pelas filosofias de humanitudes, ninguém tem o direito de arbitrar sobre a vida de outra pessoa, ou sobre o corpo, do mesmo jeito que as pessoas são livres para disponibilizarem seus corpos e liberdades à outras pessoas configurando isso trabalho e outras servidões voluntárias, como debate La Boetie, a questão que se torna central é o que esperamos da polícia, como percebemos a criminalidade e de onde ela advém.

Se compararmos o Brasil com outros países como a Inglaterra por exemplo ou o Canadá, constataremos que o que esses lugares possuem de diferente fundamentalmente é a diferença no modelo de colonização, no modo do povoamento e no tempo e historicidade de cada lugar sendo a violência de selvageria um estágio pelo qual passaram muitos povos e podemos ter como exemplo as invasões bárbaras na Europa ainda sob o domínio do império romano, como um sangrento trecho da violenta história de civilização da Europa, que aconteceu 1700 anos atrás, enquanto que tem apenas 500 anos que a violência migrou para o território nacional, não vamos evidentemente culpar essa ou aquela etnia, esse ou aquele povo, e ainda nos debatemos com rotulações, dessa ou daquela etnia em maior ou menor grau e volume.

A história da violência no Brasil começa com a morte do primeiro índio pela pólvora colonizadora, passa por cada negro arrancado de sua terra pela cor da sua pele e tem sua continuação em cada polícia e bandido e bala perdida que se sabe que tem , a violência colonial que herdamos ela é responsável pela violência doméstica, pelo sentimento de posse, pela noção de propriedade que temos e\ou consentimos ao outro ou tomamos para nós.

Assim as leis que visam combater as diversas formas de violência doméstica ou social, passa por um planejamento populacional, que compreenda o cidadão como um ser integral num sistema integral, antes de tudo acho que precisamos de um numero único, como todos os nossos dados, onde você ainda pode incluir o numero do seu telefone , e o seu currículo, e ai de repente, num único lugar você tem acesso ao que interessa da vida da pessoa e pode acompanha-la de modo mais eficiente, sua descendência e os seus desdobramentos sociais, e procurar quem num tá tendo uma boa vida social e resolver o problema daquela pessoa, qual o problema daquela pessoa, o que ela está procurando que dificuldades ela está encontrado, nós sabemos que capacitar nosso povo, melhorar a qualidade de vida da nossa sociedade é tomar cada indivíduo como fundamental no processo.

O que tem se mostrado como uma fragilidade na atualidade é o fato de que existem os diversos segmentos mas não existe rede, uma interligação que dê conta de cuidar das pessoas e evitar que ela volte pra rua, ou que precise entrar no tráfico pra ter uma esperança de comprar alguma coisa, o que falta na nossa sociedade pra acabar com a violência é o diálogo e a esperança.

Se o cidadão é de menor e foi pego no 12, dali em diante é mandar pra escola, fazer uma vigilância doméstica e institucional, que ele tá indo pra aula, tá comendo , tá vestindo, tá aprendendo uma profissão e tá sendo encaminhado pra um serviço, e nesse processo ensinar a tratar gente como gente e não como bicho, é dialogo e acolhimento.

Saiu da prisão, saiu da penitenciária, tá indo pra onde? Vai fazer o que? Vem cá toma uma grana aqui pra resolver seu problema, tamos vendo um trabalho pra você, e sempre lembrar que tem muito bandido que trabalha pra sustentar família, foi preso, vem cá vamos ver se a sua família tpá precisando de alguma coisa, se as crianças tão na escola, se tá tudo bem.

Minimizar a violência começa muito antes de quem aperta o gatilho, vem de quem aperta a mente, de quem aperta a mão, de quem resolve o problema, é fazer pesquisas que tenham benefícios claros para as comunidades estudadas, é mandar as assistentes sociais, psicólogos, técnicos, médicos, professores, antes e depois da polícia.

A criação de leis é fundamental, mas do mesmo jeito que as pesquisas, só tem seu valor completo quando existe uma formação no sentido de fazer compreender a diversidade como um principio básico da existência social, é formar novos policiais, formar outros cidadãos com mais cuidado, nosso território imenso é um jardim, é preciso que cada um regue, capine, pode, plante e colha e retire as ervas daninha, para que possamos ter um lugar lindo pra viver, onde as pessoas não atiram antes de ir em missão de paz, antes de tentar conversar, e minimizar.

Dentro de casa a coisa é a mesma, formar novas mulheres, empoderar as mulheres, protege-las de suas limitações, e aumentar o reforço positivo, essa política denuncista é frágil, o que tem que ter maior visibilidade são as soluções, e é um absurdo que não se tenha campanhas contra o abuso de álcool mais incisivas, ou que não se tenha uma ação mais incisiva em cada rua, em cada cidade, onde tem alguém que pode ser refém de sua própria condição.

Se somos todos filhos da mesma pátria mãe gentil, tem que ver quem é que tá embarrerando a teta e não deixando o resto da ninhada mamar, diminuir a violência e aumentar o desenvolvimento humano e social e poder viver nosso sonho de Nação, é o Ubuntu do dileto sulafricano como me ensinou outro dia uma moça numa praça, é aquilo que compartilhamos que nos faz mais felizes, não seremos completamente felizes se a felicidade não for para todos e seus milhões podem custar outros milhões pra evitar algum mal que disso derive.

Esse pensar-se humano como outro e pensar que o polícial quer voltar pra casa tanto quanto o bandido, ou que uma mulher apanha calada ou assiste violẽncia calada, por que ela teme a fome, o desabrigo, ou aquele que vê no tráfico um jeito de tirar a família da miséria onde ele é mais uma boca dentro do barraco. Pareceria utópico, se não fosse só uma questão de rearranjo quem vai doar, quem vai tomar e entregar a terra, quem vai legislar sobre o vicio alheio, o quem tem que morrer? Pra playboy não cheirar pó, nem fumar maconha na escola, nem tomar docinho em festa? Bolsa Maria da Penha, por uns meses, até você ter seu emprego, uma creche, um lugar pra viver, vamos ver aqui, toma essa receitinha, vamos ali praticer um esporte, ganhar um dinheiro, ter um lugar na sociedade, um valor, vamos voltar vivos pra casa, vamos buscar conciliar mais do que aprisionar ou punir, mais do que torturar ou se omitir.

É admitir que existe terra sem lei, e ir lá e resgatar populações em situação de reféns de sua própria cultura, mulheres escravizadas, assassinos de aluguel, pessoas acima da lei, concordar que a corrupção que é o desvio do dinheiro público, que deveria ser investido em pessoas , ordens e progressos e belezas mil, é desviado para proporcionar a beleza para alguns poucos, esse dinheiro deve voltar aos cofres públicos custe a Ferrari de quem custar, venda-se tudo, que cada responsável por isso, que cada responsável por essas transformações, pense nas pessoas que dormem com fome pelas ruas, ou sob a dor de não terem esperanças, pensem na fome, na pobreza e na necessidade de cada cidadão alienado desses milhões, dos milhares sem nada, antes de fazerem valer sua sentença, a quem cabe a pena e quais as boas pra se fazer lindos cocares e belas danças, é outra lei, pra outra civilização, é outra educação pra outra nação! E vivamos em paz.

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A Autora.

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Andrezza Almeida