Eu queria mudar,
eu queria mudar,
a vida me ensinou ser assim...
Muito se
tem discutido sobre violência, principalmente no sentindo de
encontrar um conjunto de políticas públicas e intervenções
sociais que deem conta de uma contenção aos prejuízos humanos e
sociais decorrentes da banalização da violência e do exercício
exacerbado desse ou daquele poder, antes de tudo pelas conjecturas
legais e pelas filosofias de humanitudes, ninguém tem o direito de
arbitrar sobre a vida de outra pessoa, ou sobre o corpo, do mesmo
jeito que as pessoas são livres para disponibilizarem seus corpos e
liberdades à outras pessoas configurando isso trabalho e outras
servidões voluntárias, como debate La Boetie, a questão que se
torna central é o que esperamos da polícia, como percebemos a
criminalidade e de onde ela advém.
Se compararmos o Brasil com
outros países como a Inglaterra por exemplo ou o Canadá,
constataremos que o que esses lugares possuem de diferente
fundamentalmente é a diferença no modelo de colonização, no modo
do povoamento e no tempo e historicidade de cada lugar sendo a
violência de selvageria um estágio pelo qual passaram muitos povos
e podemos ter como exemplo as invasões bárbaras na Europa ainda sob
o domínio do império romano, como um sangrento trecho da violenta
história de civilização da Europa, que aconteceu 1700 anos atrás,
enquanto que tem apenas 500 anos que a violência migrou para o
território nacional, não vamos evidentemente culpar essa ou aquela
etnia, esse ou aquele povo, e ainda nos debatemos com rotulações,
dessa ou daquela etnia em maior ou menor grau e volume.
A
história da violência no Brasil começa com a morte do primeiro
índio pela pólvora colonizadora, passa por cada negro arrancado de
sua terra pela cor da sua pele e tem sua continuação em cada
polícia e bandido e bala perdida que se sabe que tem , a violência
colonial que herdamos ela é responsável pela violência doméstica,
pelo sentimento de posse, pela noção de propriedade que temos e\ou
consentimos ao outro ou tomamos para nós.
Assim as
leis que visam combater as diversas formas de violência doméstica
ou social, passa por um planejamento populacional, que compreenda o
cidadão como um ser integral num sistema integral, antes de tudo
acho que precisamos de um numero único, como todos os nossos dados,
onde você ainda pode incluir o numero do seu telefone , e o seu
currículo, e ai de repente, num único lugar você tem acesso ao que
interessa da vida da pessoa e pode acompanha-la de modo mais
eficiente, sua descendência e os seus desdobramentos sociais, e
procurar quem num tá tendo uma boa vida social e resolver o problema
daquela pessoa, qual o problema daquela pessoa, o que ela está
procurando que dificuldades ela está encontrado, nós sabemos que
capacitar nosso povo, melhorar a qualidade de vida da nossa sociedade
é tomar cada indivíduo como fundamental no processo.
O que tem
se mostrado como uma fragilidade na atualidade é o fato de que
existem os diversos segmentos mas não existe rede, uma interligação
que dê conta de cuidar das pessoas e evitar que ela volte pra rua,
ou que precise entrar no tráfico pra ter uma esperança de comprar
alguma coisa, o que falta na nossa sociedade pra acabar com a
violência é o diálogo e a esperança.
Se o
cidadão é de menor e foi pego no 12, dali em diante é mandar pra
escola, fazer uma vigilância doméstica e institucional, que ele tá
indo pra aula, tá comendo , tá vestindo, tá aprendendo uma
profissão e tá sendo encaminhado pra um serviço, e nesse processo
ensinar a tratar gente como gente e não como bicho, é dialogo e
acolhimento.
Saiu da
prisão, saiu da penitenciária, tá indo pra onde? Vai fazer o que?
Vem cá toma uma grana aqui pra resolver seu problema, tamos vendo um
trabalho pra você, e sempre lembrar que tem muito bandido que
trabalha pra sustentar família, foi preso, vem cá vamos ver se a
sua família tpá precisando de alguma coisa, se as crianças tão na
escola, se tá tudo bem.
Minimizar
a violência começa muito antes de quem aperta o gatilho, vem de
quem aperta a mente, de quem aperta a mão, de quem resolve o
problema, é fazer pesquisas que tenham benefícios claros para as
comunidades estudadas, é mandar as assistentes sociais, psicólogos,
técnicos, médicos, professores, antes e depois da polícia.
A criação
de leis é fundamental, mas do mesmo jeito que as pesquisas, só tem
seu valor completo quando existe uma formação no sentido de fazer
compreender a diversidade como um principio básico da existência
social, é formar novos policiais, formar outros cidadãos com mais
cuidado, nosso território imenso é um jardim, é preciso que cada
um regue, capine, pode, plante e colha e retire as ervas daninha,
para que possamos ter um lugar lindo pra viver, onde as pessoas não
atiram antes de ir em missão de paz, antes de tentar conversar, e
minimizar.
Dentro de
casa a coisa é a mesma, formar novas mulheres, empoderar as
mulheres, protege-las de suas limitações, e aumentar o reforço
positivo, essa política denuncista é frágil, o que tem que ter
maior visibilidade são as soluções, e é um absurdo que não se
tenha campanhas contra o abuso de álcool mais incisivas, ou que não
se tenha uma ação mais incisiva em cada rua, em cada cidade, onde
tem alguém que pode ser refém de sua própria condição.
Se somos
todos filhos da mesma pátria mãe gentil, tem que ver quem é que tá
embarrerando a teta e não deixando o resto da ninhada mamar,
diminuir a violência e aumentar o desenvolvimento humano e social e
poder viver nosso sonho de Nação, é o Ubuntu do dileto sulafricano
como me ensinou outro dia uma moça numa praça, é aquilo que
compartilhamos que nos faz mais felizes, não seremos completamente
felizes se a felicidade não for para todos e seus milhões podem
custar outros milhões pra evitar algum mal que disso derive.
Esse
pensar-se humano como outro e pensar que o polícial quer voltar pra
casa tanto quanto o bandido, ou que uma mulher apanha calada ou
assiste violẽncia calada, por que ela teme a fome, o desabrigo, ou
aquele que vê no tráfico um jeito de tirar a família da miséria
onde ele é mais uma boca dentro do barraco. Pareceria utópico, se
não fosse só uma questão de rearranjo quem vai doar, quem vai
tomar e entregar a terra, quem vai legislar sobre o vicio alheio, o
quem tem que morrer? Pra playboy não cheirar pó, nem fumar maconha
na escola, nem tomar docinho em festa? Bolsa Maria da Penha, por uns
meses, até você ter seu emprego, uma creche, um lugar pra viver,
vamos ver aqui, toma essa receitinha, vamos ali praticer um esporte,
ganhar um dinheiro, ter um lugar na sociedade, um valor, vamos voltar
vivos pra casa, vamos buscar conciliar mais do que aprisionar ou
punir, mais do que torturar ou se omitir.
É
admitir que existe terra sem lei, e ir lá e resgatar populações em
situação de reféns de sua própria cultura, mulheres escravizadas,
assassinos de aluguel, pessoas acima da lei, concordar que a
corrupção que é o desvio do dinheiro público, que deveria ser
investido em pessoas , ordens e progressos e belezas mil, é desviado
para proporcionar a beleza para alguns poucos, esse dinheiro deve
voltar aos cofres públicos custe a Ferrari de quem custar, venda-se
tudo, que cada responsável por isso, que cada responsável por essas
transformações, pense nas pessoas que dormem com fome pelas ruas,
ou sob a dor de não terem esperanças, pensem na fome, na pobreza e
na necessidade de cada cidadão alienado desses milhões, dos
milhares sem nada, antes de fazerem valer sua sentença, a quem cabe
a pena e quais as boas pra se fazer lindos cocares e belas danças, é
outra lei, pra outra civilização, é outra educação pra outra
nação! E vivamos em paz.
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